segunda-feira, 26 de março de 2012

Alunos criticam excesso de conteúdo!

Geometria analítica, mecânica e povos mesopotâmicos. Mesmo nos melhores colégios de São Paulo, onde o foco no vestibular não exclui uma formação humanística, os alunos do ensino médio afirmam que grande parte dos assuntos parecem nada ter a ver, na prática, com seu cotidiano. "História e filosofia são distantes do nosso contexto de vida. A escola dá muita base para esse tipo de coisa e não dá para tecnologia, por exemplo, que tem tudo a ver com o que acontece hoje", diz André Hamada, de 16 anos, do Colégio Stockler. A "decoreba" e o aspecto abstrato de alguns conteúdos é uma das coisas que mais desagradam os estudantes. "Química fala muito de átomos. Tenho dificuldade para 'enxergar' o que o professor quer dizer", conta Stéphanie Faralli, de 17 anos, do mesmo colégio. É por esse motivo que as aulas práticas acabam sendo umas das preferidas. "Gosto das aulas de laboratório, onde posso ver e tocar nas coisas e posso vivenciar os conteúdo", conta Isabella Mazanoff, de 16 anos, aluna do Bandeirantes, sexto colocado entre as escolas paulistanas no Enem 2010. Para ela, a grade curricular não deveria ser a mesma para todo mundo. "Quem já tem alguns dons e já sabe o que quer deveria ser motivado nisso." O excesso de conteúdo também deixa os estudantes exaustos. "É muita coisa que a gente tem de dar conta. Estudamos um ano de óptica em física para responder a uma questão no vestibular, isso sem contar as fórmulas de química e os nomes de biologia que temos de decorar", conta Carolina Martines,
de 16 anos.
"É claro que, olhando de fora, é chato ficar sentado aqui o dia todo. Mas é nessa hora que bate o cansaço que a gente deve se perguntar o quanto queremos passar no vestibular. E mais: quem se dá melhor no mercado de trabalho hoje é quem é interdisciplinar. Temos de saber de tudo e sermos pessoas completas", diz ela, que já completou a carga horária com trabalho voluntário, handebol, iniciação científica e aulas de espanhol, tudo por meio da escola. Vinicius Fernandes, de 16 anos, destaca que apesar de alguns conteúdos se mostrarem "inúteis" à primeira vista e não agradarem, aprendê-los ajuda a formar uma base intelectual que pode ser usada para o resto da vida. / M.M. 

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